marfim Hong Kong promove a destruição do maior estoque de marfim ilegal do mundo
Marfim a ser incinerado. Foto: Governo de Hong Kong

Uma das atividades mais emblemáticas do tráfico internacional de animais selvagens, o comércio ilegal de marfim, recebeu um golpe na última semana. Autoridades de Hong Kong iniciaram a destruição de 28 toneladas de marfim, o maior volume já estocado no mundo. O processo de destruição, que começou com a incineração de uma tonelada de marfim na quinta-feira passada, deve levar pelo menos um ano.
A ONG Humane Socitety elogiou a decisão de Hong Kong: “Destruir as pilhas de marfim apreendido aumenta a conscientização sobre a crise da caça dos elefantes e lembra os atuais e futuros compradores a evitarem o marfim.”
Há alguns meses, Hong Kong também devolveu uma carga apreendida à África do Sul para facilitar investigações e determinar a origem do marfim através de análises de DNA.
No ano passado, caçadores mataram pelo menos 35 mil elefantes africanos para atender à crescente demanda por produtos de luxo feitos com marfim ao redor do mundo. A China é o maior mercado, mas países como os Estados Unidos também vem apresentando aumento no tráfico do marfim.
Ao comemorar a ação tomada por Hong Kong, John Scalon, secretário geral da Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas (CITES) enfatizou que apesar dos esforços de combate, o comércio ilegal de marfim ainda é uma das formas mais destrutivas de crime contra a vida selvagem.
Ele ponderou que a destruição do marfim por si só não coloca um fim ao comércio ilegal, mas que, em conjunto com a apreensão e o julgamento dos culpados, é uma mensagem poderosa de intolerância quanto a este crime.
Scalon lembrou que a CITES está incentivando a cooperação internacional para lidar com esta crise e enfatizou que o aumento do número de esforços coletivos é uma evidência de que a caça dos elefantes está sendo reconhecida pelos países como um crime sério, que agora carrega um risco muito maior de detecção, julgamento e condenação em vários países.
Além da CITES, outras organizações internacionais também estão tratando da questão. Em seu ultimo encontro, em fevereiro, o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes realizou um evento especial com o tema ‘Comunidade global unida para lidar com crimes da vida selvagem e nas florestas’.
Na ocasião foi anunciado que, em breve, será lançado o Programa Global para o Combate de Crimes contra a Vida selvagem e as Florestas, que dará suporte regional e nacional para ações de fiscalização, legislação, investigação, julgamento e capacitação jurídica.
Yuri Fedotov, representante das Nações Unidas para Drogas e Crimes, enfatizou que os lucros anuais de cerca de US$ 10 bilhões provenientes do comércio da vida selvagem estão no topo da lista de receitas ilícitas, ao lado do tráfico de pessoas, armas e drogas.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)