O acesso reduzido à água decorre das mudanças climáticas, da rápida urbanização e das pressões populacionais e pode intensificar tensões sociais, instabilidade política e fluxos de deslocamento.
A água é o mais básico de todos os direitos humanos e um elemento central para os assuntos globais e para a agenda de desenvolvimento, tendo implicações na paz e na segurança internacionais, disse o vice secretário-geral, Jan Eliasson, à Cúpula Mundial da Água realizada em Londres na última quinta-feira (06).
Eliasson enfatizou a importância da “hidro-diplomacia” ou “diplomacia da água”, uma vez que o acesso reduzido à água – decorrente das mudanças climáticas, da rápida urbanização e das pressões populacionais – pode intensificar as tensões sociais, a instabilidade política e os fluxos de deslocamento.
Estima-se que as demandas de água cresçam em 40% até 2050 e que 1,8 bilhão de pessoas em breve vivam em países ou regiões afetadas pela escassez hídrica. Atualmente 750 milhões de pessoas não têm acesso à água própria para o consumo, enquanto cerca de 2 milhões de crianças abaixo dos cinco anos morrem a cada ano por falta de água potável e de saneamento adequado.
No entanto, graças à mobilização global inspirada nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), dois bilhões de pessoas foram beneficiadas com o acesso a fontes melhoradas de água, resultado de investimentos e políticas inteligentes.
O vice secretário-geral ainda ressaltou que a água é utilizada como arma de guerra, como já ocorreu nos conflitos de Darfur, no Sudão, da Etiópia e, mais recentemente, nos embates relacionados ao Estado Islâmico (EI).
As tensões referentes à distribuição de água ainda devem ser exacerbadas por conta das mudanças climáticas. Por isso, Eliasson clamou pela gestão mais inteligente do recurso, que deve contar com parcerias globais entre governos e iniciativas privadas.
* Publicado originalmente no site ONU Brasil.
(ONU Brasil)