Num país tropical, como o Brasil, ter a pele bronzeada é sinônimo de beleza e saúde. Engano! O preço que se paga para ter um “bronze” é o fotoenvelhecimento cutâneo, causado pela exposição solar, que provoca ressecamento, alteração na textura e rugas na pele, além de outros efeitos indesejáveis.
“Os prejuízos da exposição, principalmente na infância, são que 80% da radiação solar de uma pessoa ocorrerá antes dos 18 anos de idade, dada a exposição que crianças e jovens têm em relação às suas atividades ao ar livre. Por isso, não adianta começar a usar protetor solar só quando for à praia ou à piscina, o ideal é usar diariamente”, comenta Eliandre Costa Palermo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
Eliandre também explica que, com o tempo, a pele fotoenvelhecida perde o brilho e a elasticidade, apresenta manchas e rugas finas ou profundas, pintas e sardas como manifestação inicial dos raios solares sobre a derme. “Além do envelhecimento, a exposição exagerada ao sol aumenta também o risco do câncer de pele, neoplasia que pode levar alguns anos para se manifestar”.
É possível evitar o fotoenvelhecimento?
“Ele pode ser evitado por meio da proteção solar, que precisa começar cedo, ainda na primeira infância. Recomenda-se o uso diário de protetor solar com FPS 15 ou mais nas áreas mais expostas do corpo, como rosto, pescoço, colo, braços e mãos, mesmo em dias frios, nublados ou chuvosos. O protetor precisa ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol e deve ser reaplicado a cada duas horas. Na praia ou na piscina, não se esqueça de acrescentar o uso de chapéus, óculos escuros, camisetas ou guarda-sol e evitar se expor entre 10h e 16h, quando a radiação é mais forte. Mas o filtro solar deve ser aplicado em qualquer horário, mesmo nos momentos de menor risco”, explica a especialista.
Tendência ao fotoenvelhecimento
Apesar dos inúmeros cuidados para evitar o fotoenvelhecimento, pessoas de pele mais clara são as mais predispostas a sofrer danos mais intensos. No entanto, o fotoenvelhecimento é um problema que atinge pessoas morenas, mulatas e negras também, embora nesse grupo os efeitos possam ser menos acentuados.
“Pessoas morenas que se expõem ao sol têm melanina com maior produção de grânulos e, assim, diante dos sinais do fotoenvelhecimento, são capazes de produzir mais colágeno. No entanto, quanto maior a exposição, mais acentuado será o fotoenvelhecimento. E, no Brasil, temos uma população extremamente miscigenada. Assim, mesmo em pessoas negras, há componentes mais sensíveis, apesar da alta pigmentação”, relata Eliandre.
Tratamentos
Dentre os tratamentos para combater o fotoenvelhecimento, a alimentação é, sem dúvida, a primeira da lista. “Quando se expõe ao sol, o organismo produz muitos radicais livres. E o consumo de alimentos antioxidantes, como morango, ameixa, laranja, cenoura e tomate, diminui os danos sobre a pele ao conter a ação dos radicais livres”, aponta a especialista.
Antes de iniciar o tratamento cutâneo do fotoenvelhecimento, é necessário observar os tipos de manchas, rugas e o grau de flacidez para que o especialista indique a melhor terapia. Atualmente, as técnicas mais aplicadas em consultório para amenizar os efeitos da exposição solar excessiva são:
• Tratamentos de formação e bioestimulação de colágeno: Luz, lasers, peelings e infravermelho. São tratamentos que não queimam a epiderme e estimulam a formação de colágeno. Podem ser usados em qualquer tipo de pele, em qualquer época do ano, com pouquíssimas restrições;
• Tratamentos de estimulação de colágeno baseados na aplicação de produtos. Os produtos são usados para preencher as rugas e estimular o colágeno. Os mais utilizados são:
• Ácido hialurônico, ácido polilático, radiesse
Todos são substâncias injetáveis, que conferem maior volume e permitem a neoformação do colágeno;
• Volumizadores
Ácidos hialurônicos de densidade mais espessa e maior viscosidade, utilizados para preencher e sustentar áreas na face e no corpo. Conferem melhor aspecto aos contornos corporais, maçãs do rosto, mandíbula, etc.;
• Tratamentos de superfície
Tratam a superfície da pele. Nessa modalidade, os mais consagrados são os peelings químicos, que podem ter várias intensidades;
• Dermoabrasão
Dermoabrasão ou o lixamento cirúrgico da pele é um procedimento cirúrgico no qual o cirurgião dermatológico remove ou lixa a pele com um instrumento abrasivo rotatório ou lixas d’água, melhorando a superfície da pele e proporcionando uma aparência mais lisa.
• Laser e fonte de luz
Abrangem os lasers fracionados e não fracionados. Os lasers fracionados têm penetração pontuada com áreas afetadas e não afetadas. Penetram como uma espécie de “tela”, em que há áreas a serem tratadas ou não. Empregam alta carga de energia, mas preservam as áreas normais;
• Terapia fotodinâmica
A terapia fotodinâmica se refere ao uso terapêutico de reações fotoquímicas. Envolve o uso de uma droga fotossensibilizante, o ácido amino levulínico (ALA-5). O ALA, ao se impregnar no tecido, capta a radiação de uma luz concentrada e direciona para a área a ser tratada, o que provoca a destruição do tecido desta área. É feita aplicação de luz azul ou luz intensa pulsada e há consequente produção de oxigênio singlete, que provoca a destruição do tecido.
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FONTE : * Publicado originalmente no site O que eu tenho.