Universo Energético
Federal Reserve - Parte II
 
		
		
		
Créditos ao Blog Informação Incorrecta
Segunda parte do artigo acerca da Federal Reserve. 
A primeira parte pode ser encontrada neste link.
 
Boa leitura.
2. Quem é a Federal Reserve? Mas quem realmente é o dono da Federal Reserve, o banco central dos EUA?
A resposta parece óbvia: deveria ser uma instituição pública, independente do governo.
Mas não: é privada e os seus accionistas são os grandes bancos dos EUA.
Sim,  os mesmos bancos que a Fed salvou um ano e meio atrás, de acordo  com o  Tesouro, após ter imprimido vagões de dólares e Títulos de  Estado,  arrastando os governos e as instituições centrais do mundo  ocidental na  mesma direcção, com consequências que hoje conhecemos bem:  a explosão da  dívida pública nos Países mais avançados.
É como se a controlar a Federação dos árbitros fossem as equipas de futebol.
Surpresos?
No entanto, não é a única anomalia.
Para   entender o que acontece nos mercados hoje em dia podemos utilizar as   explicações habituais, ou perguntar se na causa das reviravoltas   brutais, e nem sempre justificadas, existem assimetrias, falhas do   sistema, interesses de 
lobby.
Que fique claro:  não se trata de caçar Grandes Irmãos, mas entender  como vai o mundo e,  consequentemente, nas finanças, como vai a América.  A resposta não é  reconfortante.
O País que estamos acostumados a  considerar como um modelo, apresenta  lacunas perturbadoras para aqueles  que, ao seguir os princípios  liberais, consideram essencial a  transparência das regras e a absoluta  independência de quem governa ou  estabelece as regras.
Infelizmente, a crise de 2008  parece ter chegado em vão. As falhas  emersas desde então não foram  corrigidas. Ao contrário: a  Federal  Reserve não é um actor imparcial  nem transparente.
Não está sujeita a qualquer organismo  de controlo e não responde ao  Congresso das próprias acções. É uma  enorme caixa preta que não quer  abrir-se, mesmo depois de muitos anos.
Ainda  hoje, por exemplo, os cidadãos americanos não sabem como foram  usados  centenas de biliões de Dólares ordenados pelo governo para  socorrer os  bancos. Foram apresentadas petições, o Congresso votou, os  juízes  emitiram sentenças: tudo inútil. A Federal Reserve não explica  como  ajudou...os seus accionistas.
Os sócios, isso é, os bancos, ainda estão muito poderosos, demasiados  poderosos, ao ponto de influenciar o mundo político.
Ao  observar a lista dos últimos Ministros do Tesouro percebemos que:
Clinton nomeou 
Robert Rubin, antes banqueiro da 
Goldman Sachs e em  seguida da 
Citigroup;
Bush escolheu 
Heny Paulson, presidente da 
Goldman  Sachs;
o reformista 
Obama pediu conselho ao mesmo 
Rubin e este colocou  como superconsultor 
Lawrence Summers e, no comando, o seu pupilo, o  altamente recomendado 
Timothy Geithner,  que como presidente do Federal  Reserve Bank of New York era notável  pela sua estreita amizade com os  grandes banqueiros de Wall Street (em  2008 trabalhava na Bear Stearns, recém aquisição da J.P.Morgan).
Resultado: nos últimos 15 anos não  foi aprovada nem uma lei contrária  aos interesses do mundo financeiro,  que ainda conseguiu o que queria, a  partir da abolição da 
Glass Steagal  Act, o que impediu a separação entre os bancos comerciais e bancos de
 business.
Os Hedge Funds continuam a operar sem regras, muitas vezes desde paraísos fiscais.
Nenhum  limite foi colocado para os Otc, os mercados fora dos circuitos   bolsisticos tradicionais. E os bancos que estavam perto de falir em  2008  não foram forçados a recapitalizar adequadamente.
Tudo permaneceu como  antes. Uma grande festa para os especuladores,  que, depois de terem  descarregado acima da comunidade delícias como os 
subprime, agora atiram-se sobre o Euro.
2.1 Os accionistas
O  Artigo 1 º, Secção 8 da Constituição americana estabelece que o   Congresso tem o poder de cunhar (criar) moeda e estabelecer o seu valor.   No entanto, neste momento, é a Federal Reserve, uma empresa privada,   que controla e obtém lucros da produção de dinheiro, controlando também o   valor do mesmo.
É possível conhecer os nomes dos accionistas da Fed? Não. A identidade dos accionistas é mantida secreta.
No entanto há muito circula um elenco elaborado em 1991 por Gary Kah, o seguinte:
Banco Rothschild de Londres
Banco Warburg de Hamburgo
Banco Rothschild de Berlim
Lehman Brothers de New York
Lazard Brothers de Paris
Banco Kuhln Loeb de New York
Banco Israel Moses Seif de Italia
Goldman Sachs de New York
Banco Warburg de Amsterdão
Banco Chase Manhattam de New York
Outra lista, divulgada por Eustace Mullins em 1983:
Citibank
Chase Manhatten Bank
Morgan Guaranty Trust
Chemical Bank
Manufacturers Hanover Trust
Bankers Trust Company
National Bank of North America
Bank of New York.
No  entanto, ambas as listas são, por diferentes motivos, incorrectas. E  os  nomes dos reais accionistas permanecem um mistério bem guardado. A   única coisa que podemos saber com certeza é o facto que as acções da   Fed são mantidas por bancos dos Estados Unidos.
2.2 A estrutura  
A Federal Reserve, de facto, é formada por 12 bancos centrais.
Na prática, a Federal Reserve de New York é a mais importante, que condiciona as escolhas das restantes.
E é interessante analisar a lista dos 9 nomes que constituem o actual Conselho de Administração (Maio de 2010).
Richard L. CarrionÉ ao mesmo tempo director do 
Banco Popular Foundation e membro do Concelho da Administração da empresa 
Verizon Communications, ex Bell Atlantic, colosso das telecomunicações (uma das 30 maiores empresas dos EUA).
Charles V. WaitPresidente da 
The Adirondack Trust Company, Director da 
New York Bankers Association.
Jamie DimonEx Presidente da 
Citigroup, actualmente é Presidente do Concelho de Administração da 
JPMorgan ChaseJeffrey R. ImmeltEx Presidente da 
GE Medical System, actualmente membro do Concelho de Administração da 
General Electric (a segunda maior empresa do mundo).
Jeffrey B. KindlerPresidente da 
Pfizer, a maior empresa farmacêutica do mundo.
James S. TischPresidente da 
Loews Corporation, é também Presidente do Concelho de Administração da 
Diamond Offshore Drilling, membro do Concelho da Administração da 
CNA Financial Corporation, Presidente do Concelho de Administração da
 WNET.orgDenis M. Hughes Presidente do The New York State American Federation of Labor and Congress of Industrial Organisation
Kathryn S. Wylde Presidente do Partnership for New York City.
Lee C. Bollinger Presidente da Columbia University de New York
Resumindo:  além dos últimos três membros, cuja função é evidentemente  ornamental,  os restantes têm todos fortes ligações com bancos (Banco  Popular  Foundation, JPMorgan Chase, Citigroup),  e/ou empresas  multinacionais,  cujos interesses variam desde os medicamentos (Pfizer)  ao petróleo  (Diamond Offshore Drilling), as televisões (WNET), seguros e  hotelaria  (CNA Financial Corporation, Loews), comunicações (Verizon),  serviços e tecnologia (General Electric).
Naturalmente as ligações não acabam aqui.
As empresas e os bancos citados têm também participações em outras actividades.
A 
Loews Corporation, por exemplo, uma das empresas citadas, detém a totalidade ou parte das seguintes empresas:
-  Lorillard Tobacco Company (tabacos)
 - Dominion Resources (elecricidade e gás entregues em 11 Estados)
 - Diamond Offshore Drilling (petróleo e gás: empresa fundada  com o  nome de Zapata Petroleum Company nos primeiros anos '50 pelo  futuro  Presidente dos EUA George H.W.Bush e pelo futuro Director Financeiro do  Texas na campanha eleitoral de Richard Nixon, Bill Liedtke)
 - Bulova (relógios)
 - CNA Financial Corporation (produtos financeiros) 
 - Texas Gas Transmission (pipelines)
 - Boardwork GP (pipelines)
 - Loews Hotel (hotelaria)
 
Ainda mais impressionantes são os campos de interesse  da General  Electric; aliás, neste caso o difícil é encontrar uma área  na qual a  General Electric não esteja envolvida.
Tudo isso pode dar uma boa ideia acerca do nível de independência com o  qual opera a Federal Reserve de New York
Mas até aqui falámos só da principal "filial" da Fed.
A situação não muda se olharmos para os outros 11 bancos centrais.
Aqui podemos encontrar, entre os outros, representantes de:
Allstate (a segunda seguradora nos EUA, com ligações não claras aos Cientologistas),
Dominion  (uma companhia que trata de energia, que em 2008 doou  539.038 dólares à  política - 50% aos Republicanos, 47% aos Democratas -  e em 2009 815.885  dólares - 56% Republicanos, 41% Democratas), 
BorgWarner (componentes  automobilísticos; tem filiais em todo o mundo e ligações com as  principais casas automobilísticas),
McKinsey & C. (management),
Pentair (multinacional da água),
Energizer Holding (multinacional da energia),
Wesco (multinacional da electrónica),
ChevronLevi StraussDelta AirlinesSouthwest AirlinesReMaxmais companhias petrolíferas e bancos de cada tipo.
Como  é possível pôr ainda em causa a independência da Federal Reserve?  Com  nomes assim, "transparência" e "imparcialidade" com certeza são as   palavras de ordem.
E um bom exemplo desta imparcialidade foi dado na década '90 do século passado.
Em  1995, depois do governo mexicano ter desvalorizado e inflacionado o  Peso, a economia mexicana entrou em queda livre. Alan Greenspan (o então   presidente do banco central) fez pressões sobre o Congresso e a   administração Clinton para conceder um empréstimo de 52 biliões de   dólares às desastradas finanças mexicanas; só mais tarde foi descoberto   que os bancos membros da Fed detinham até 26 biliões de dólares da   dívida mexicana.
Sem possibilidade de saber a verdade, os contribuintes americanos tiveram que pagar a conta.
Em cima: uma nota de 1869. Em baixo: uma nota moderna. 
A mais antiga era uma nota do Tesouro dos Estados Unidos.  segunda não.
 
  
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