Rio Piracicaba. Foto: http://pt.wikipedia.org/
A navegação por 375 km inclui os rios Jaguari e Atibaia, formadores do Piracicaba, até a foz no rio Tietê.A qualidade da água do Rio Piracicaba, último afluente da margem direita do Rio Tietê na bacia hidrográfica do Médio Tietê, será monitorada por uma expedição que navegará 375 km de rios. A viagem incluirá os principais formadores do Piracicaba e do Sistema Cantareira, que são os rios Jaguari (MG) e Atibaia (SP), e culminará na foz do Piracicaba, no reservatório de Barra Bonita, no rio Tietê.
O eco esportista Dan Robson navegará os rios a bordo de um caiaque, especialmente equipado com instrumentos para analisar a qualidade da água, fotografar e produzir vídeos em tempo real. Os dados e os indicadores levantados serão interpretados pela equipe técnica da Fundação SOS Mata Atlântica, que acompanha o navegador por terra e remotamente e disponibiliza os indicadores e o diário da expedição nas redes sociais da organização.
O objetivo da expedição é avaliar a contribuição das cargas das sub-bacias hidrográficas do rio Tietê no reservatório de Barra de Bonita. Os rios Pinheiros e Sorocaba foram monitorados por expedições como essa realizadas nos meses de maio e junho, pela SOS Mata Atlântica em conjunto com Dan Robson.
As vazões médias desses rios estão abaixo do normal para a época em que as expedições foram realizadas e, embora a região de cabeceira do Piracicaba tenha recebido chuvas recentes, o volume de água ainda está abaixo do que é considerado normal para o período. As vazões menores dificultam a diluição de poluentes, mesmos dos esgotos tratados que não retiram completamente os poluentes – as estações de tratamento de esgotos domestico retiram em média 80% dos poluentes da água – e que podem comprometer a qualidade e acirrar os conflitos por uso da água, que é bastante escassa na região.
No sábado, dia 16, em Extrema (MG), ponto de partida da expedição, a equipe encontrou integrantes do projeto Observando o Jaguari e esportistas que treinam no rio Jaguari para uma roda de conversa sobre a condição ambiental das águas na região.
O Observando o Jaguari é executado pela SOS Mata Atlântica em parceria com a Prefeitura Municipal desde 2011, e reúne 29 grupos de monitoramento da água envolvendo escolas e educadores da rede pública de ensino.
O Município de Extrema está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias e a bacia do Jaguari é área de manancial, essencial para o abastecimento de água para a Região Metropolitana de São Paulo.
Ao entrar no território paulista o rio Jaguari é represado e forma o primeiro reservatório do Sistema Cantareira, que permite a reversão das águas entre as bacias do Piracicaba e Alto Tietê. A outorga de água para o Sistema Cantareira venceu e está sendo revista para os próximos dez anos, a partir de 2014. A bacia do Piracicaba pleiteia o aumento do volume de água que fica para a região dos atuais 5m
3/s para 8m
3/s. Porém, para atender a demanda por água na região até 2014, será preciso ampliar essa vazão para 18m
3/s.
A disputa pela a água entre as bacias do Alto Tietê e Piracicaba envolvendo as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas e as demandas dos usuários agrícolas e das indústrias da bacia do Piracicaba sempre foi acirrada em virtude da escassez e do comprometimento da qualidade da água dos principais rios dessas regiões. Não só a reversão da água limpa e de boa de qualidade, mas, também, o lançamento e a exportação de cargas poluidoras que se concentram no reservatório de Barra Bonita estão em jogo na disputa pela água em 2014.
Todos os dados e os indicadores levantados por essas expedições serão incluídos no relatório de situação ambiental que a SOS Mata Atlântica produz anualmente para o acompanhamento do Projeto de Despoluição do Rio Tietê. A divulgação será na Semana da Água, em março do próximo ano.
A cada dois anos Dan Robson navega o Rio Tietê, da nascente em Salesópolis até Barra Bonita, como guardião do projeto Flutuador do jornal SPTV, da Rede Globo. Neste ano, de intervalo entre as expedições do Flutuador, para possibilitar uma leitura mais completa do comportamento da mancha anaeróbica de poluição que é gerada na Região Metropolitana e exportada para as bacias rio abaixo, a SOS Mata Atlântica realizou, em parceria com Dan Robson, as expedições pelos principais afluentes do Tietê.
Os dados levantados nos afluentes servirão para avaliar de que forma as bacias tributárias impactam os avanços da despoluição do Tietê e quais os são os principais desafios para que o Estado de São Paulo possa atingir as metas anunciadas pelo Governo para recuperação da qualidade da água dos rios até 2018, com a universalização do saneamento.
Expedição Observando os Rios Jaguari, Atibaia e Piracicaba:18/ 11 – 1º dia de navegação: 21 km (Extrema-MG)
19/11 – 2º dia de navegação: 19 km (Vargem-SP)
20/11 – 3º dia de navegação: 28 km (Tuiuti-SP)
21/11 – 4º dia de navegação: 24 km (Morungaba-SP)
22/11 – 5º dia de navegação: 17 km (Pedreira-SP)
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25/11 – 6ºª dia de navegação: 18 km (Pedreira-SP)
26/11 – 7º dia de navegação: 17 km (Jaguariúna-SP)
28/11 – 8º dia de navegação: 18 km (Holambra-SP)
29/11 – 9º dia de navegação: 19 km (Paulínia/João Aranha-SP)
30/11 – 10º dia de navegação: 18 km (Cosmópolis-SP)
2/12 – 11º dia de navegação: 20 km (Americana-SP)
3/12 – 12º dia de navegação: 19 km (Santa Barbara d’Oeste-SP)
4/12 – 13º dia de navegação 16 km (Piracicaba-SP)
5/12 – 14º dia de navegação: 17 km (Piracicaba-SP)
6/12 – 15º dia de navegação: 14 km (Águas de São Pedro-SP)
9/12 – 16º dia de navegação: 17 km (Águas de São Pedro-SP)
10/12 – 17º dia de navegação: 15 km (Águas de São Pedro-SP)
11/12 – 18º dia de navegação: 16 km (Santa Maria da Serra-SP)
12/12 – 19º dia de navegação: 14 km (Santa Maria da Serra-SP)
13/12 – 20º dia de navegação: 19 km (Santa Maria da Serra/Barra Bonita-SP)
Sobre a Fundação SOS Mata AtlânticaCriada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica é uma organização privada sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência. Assim, estimula ações para o desenvolvimento sustentável, promove a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobiliza, capacita e incentiva o exercício da cidadania socioambiental. A Fundação desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável, proteção e manejo de ecossistemas.
(Fundação SOS Mata Atlântica)
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