Universo Energético
Exercícios para os olhos, o espelho da alma.
Trátaka Kriya são exercícios do yoga clássico, uma das seis técnicas de purificação do organismo, destinados à preservação da saúde dos olhos e, conseqüentemente, à prevenção e ao combate das doenças oftalmológicas.
Em sânscrito, Kriya significa “ação purificadora”; e trátaka, “olhar atentamente e fixamente”. O termo Trátaka Kriya, no entanto, pode ser traduzido como “ação purificadora através do olhar fixo e atento”, ou “exercícios de purificação e fortalecimento dos olhos”.
Trátaka Kriya – Exercícios de revitalização dos olhos
A saúde dos olhos depende muito da saúde do organismo num todo. A causa dos problemas da visão, como catarata, glaucoma, retinopatias, etc. encontra-se no mau funcionamento do organismo. A saúde integral depende de hábitos dietéticos e da prática regular de exercícios físicos saudáveis. A prática regular do yoga Clássico das Escolas de Patãnjali (Ashtanga Yoga) e Gorakshanatha (Hatha Yoga) muito pode beneficiar a saúde e prevenir doenças.
1. Antes de se iniciarem os exercícios de revitalização dos olhos, é preciso certificar-se de que o ambiente esteja, naturalmente, bem iluminado (apenas durante o dia). Sentar-se com as pernas cruzadas (sobre uma esteira ou um cobertor dobrado) e a coluna vertebral alinhada (evitando-se ficar corcunda), preservando-se a curvatura natural da coluna lombar; ou, então, sentar-se em uma cadeira, seguindo os mesmos cuidados. Respirar de forma lenta e profunda, prolongando a entrada e a saída do ar dos pulmões e relaxar todo o corpo, removendo-se as tensões psíquicas e musculares. A respiração lenta, profunda e rítmica acalma a mente, combate as tensões, relaxa a musculatura, favorece a concentração, revitaliza a mente e o corpo e melhora a disposição. A visão não depende apenas de olhos sadios. É sabido que o cérebro comanda os músculos dos olhos e os nervos ópticos através do sistema nervoso, e, por isso, qualquer perturbação do estado emocional e psíquico pode também prejudicar diretamente a visão. Com a mente mais calma e centrada e o corpo mais relaxado, passa-se para o próximo item.
2. Com os membros superiores relaxados, esfregar uma palma da mão na outra, aquecendo as mãos. Segundo as leis da física, o atrito gera uma energia calorífica e magnética. Quando as mãos estiverem aquecidas e repletas de energia, cobrir, então, rapidamente, os olhos fechados com as palmas das mãos (dedos unidos), transferindo a energia calorífica para os olhos. Relaxar as pálpebras e os globos oculares e respirar de forma lenta e profunda. Repetir o procedimento três vezes.
3. Estando num ambiente aberto, ao amanhecer, em contato com a natureza, permanecer de frente para o sol. Com os olhos fechados, inspirar e lentamente, flexionando a cabeça para trás, relaxando a musculatura do peito, das costas, dos ombros, do pescoço e da cabeça. Ao expirar, flexionar lentamente a cabeça para frente até o queixo tocar o peito. Repetir o procedimento três vezes. Depois, repousar a palma da mão esquerda sobre a cabeça, inspirar de forma lenta e profunda; ao expirar, tombar lateralmente a cabeça, aproximando a orelha esquerda do ombro, alongando a musculatura lateral direita do pescoço; permanecer nessa posição durante vinte segundos. Então, retornar e repetir o procedimento para o outro lado. Ao terminar o exercício, piscar rapidamente os olhos, olhando para o nascer do sol, durante um minuto. Logo após, fechar os olhos, respirar lenta e profundamente e relaxar todo o corpo, inclusive a musculatura facial.
4. Estender bem, a sua frente, o membro superior esquerdo com o dedo polegar voltado para cima e mantê-lo, a princípio, alinhado com o nariz. Olhar fixamente para a placa ungueal (unha) e observar atentamente o seu formato, a sua cor, a meia lua na base da unha, as linhas longitudinais e qualquer outro sinal que ela possa apresentar. Abrindo bem os olhos, procurar obter uma boa imagem e nitidez. Então, lentamente, mover o braço para o lado esquerdo e acompanhar o polegar com os olhos sem mover a cabeça (que deve, sempre, permanecer voltada para frente). O exercício é apenas para os olhos (durante todo exercício, apenas os olhos devem movimentar-se).
À medida em que se afastar lateralmente e devagar o polegar do eixo central do nariz (ponto de partida do exercício), abrir bem os olhos, procurar ajustar a visão, para que se possa ter, o tempo todo, uma imagem nítida da unha. A prioridade do exercício é a nitidez da imagem, pois o que se objetiva é exercitar estruturas oculares responsáveis pela nitidez da visão. Se, durante o exercício, a imagem perder a nitidez, parar, por alguns instantes, de movimentar o braço e tentar ajustar a visão, recobrando-se a nitidez. Ao se recuperar a nitidez da imagem, afastar lentamente o polegar. À medida que o polegar se aproximar do limite do campo visual, a imagem perderá a nitidez, a visão poderá tornar-se cansada, dupla ou trêmula; então, retroceder um pouco o polegar até a recuperação da nitidez da imagem; parar de movimentar o braço e ajustar a visão e, depois, retornar ao ponto de partida, sempre olhando atentamente para a unha. Descansar o braço esquerdo, repousando o antebraço sobre o joelho. Fechar os olhos, piscar algumas vezes (para hidratar e relaxar os olhos) e relaxar todo o corpo, respirando de forma lenta e profunda. Logo após, repetir o procedimento com o braço direito. No final do exercício com o braço direito, descansá-lo, repousando o antebraço sobre o joelho, fechar os olhos, piscar algumas vezes e relaxar todo o corpo, respirando de forma lenta e profunda.
5. Estender bem, à frente, o membro superior esquerdo com o dedo polegar voltado para cima e mantê-lo, a princípio, alinhado com o nariz. Lentamente, movê-lo para cima e acompanhar apenas com os olhos, sem movimentar a cabeça. Seguir as orientações anteriores. Chegando o polegar no limite do campo visual, retornar ao ponto central de partida. Descansar o braço esquerdo, repousando o antebraço sobre o joelho. Fechar os olhos, piscar algumas vezes (para hidratar e relaxar os olhos) e relaxar todo o corpo, respirando de forma lenta e profunda. Logo após, repetir o procedimento com o braço direito. No final do exercício com o braço direito, descansá-lo, repousando o antebraço sobre o joelho, fechar os olhos, piscar algumas vezes e relaxar todo o corpo, respirando de forma lenta e profunda.
6. Agora, com o braço esquerdo estendido à frente, mover o polegar transversalmente para cima, o máximo que puder. Após realizar o exercício com o braço esquerdo, descansar o braço, piscar algumas vezes, respirar de forma lenta e profunda e relaxar todo o corpo. Logo após, repetir o procedimento com o braço direito. Com o término desse exercício, descansar o braço, piscar algumas vezes os olhos, respirar profundo e relaxar.
7. Realizar, lentamente, cinco vezes, um movimento circular amplo com os olhos, da esquerda para direita, observando atentamente tudo o que estiver ao redor. Com o término do exercício, fechar os olhos, piscar algumas vezes, respirar profundo e relaxar. Repetir o procedimento, agora realizando um movimento circular da direita para esquerda. Com o término do exercício, fechar os olhos, piscar algumas vezes, respirar profundo e relaxar.
8. Manter o dedo polegar voltado para cima e a um palmo de distância da ponta do nariz. Olhar fixa e atentamente para a unha e procurar obter uma imagem nítida. Lentamente, afastar o polegar, estendendo o máximo o membro superior. Durante o afastamento e a aproximação do dedo polegar, procurar preservar a nitidez da imagem. Depois, retornar lentamente o dedo polegar a uma distância de um palmo do nariz. Feito isso, descansar o braço, piscar algumas vezes, respirar profundo e relaxar. Repetir o procedimento com o braço direito.
9. Fechar os olhos e tensionar a musculatura da face ao redor dos olhos (como se estivesse fazendo careta) durante 12 segundos e, depois, relaxar , respirando de forma lenta e profunda (mantendo os olhos fechados durante alguns instantes).
10. Repetir o item número dois.
11. E, para finalizar a seqüência, banhar com água fria, por algumas vezes, os olhos fechados e, depois, enxugar o rosto com uma toalha limpa.
Algumas considerações
Grande parte das doenças oftalmológicas é ocasionada pelo enfraquecimento de certas estruturas e membranas oculares e dos músculos responsáveis pelos movimentos dos olhos, pelo processo de acomodação da visão (foco e nitidez da imagem) e também pela sustentação.
• O olho é o órgão do sentido da visão ligado ao cérebro pelo nervo óptico, encontra-se intimamente relacionado com o cérebro, de tal forma que a retina (membrana delgada e transparente localizada no fundo do olho, formada por células nervosas relacionadas com as fibras do nervo óptico e sensível à luz) nada mais é do que a expansão diferenciada do tecido cerebral.
• Cada olho é movido e controlado por seis músculos, que se encontram inseridos ao redor do globo ocular.
• A acomodação da visão é um processo pelo qual as pupilas (abertura normalmente redonda e central da íris) podem modificar seu formato ou diâmetro, através do movimento de duas pequenas estruturas musculares (dilatador e constritor), para enxergar objetos próximos ou distantes, de dia ou de noite, permitindo que os olhos obtenham um bom foco da imagem.
• Os raios luminosos, que penetram no interior dos olhos através da pupila, são focados na córnea (parte anterior do globo ocular, transparente, cuja forma arredondada e um pouco saliente atua como lente convergente) e no cristalino (pequena lente transparente, biconvexa, situada atrás da íris e diante do corpo vítreo, gelatina semilíquida e transparente) e formam imagem na retina.
• A retina contém milhões de células sensíveis à luz, chamadas de cones e bastonetes, as quais convertem a imagem em forma de impulsos nervosos.
• Os olhos controlam a quantidade de luz que deve chegar até a retina, fazendo com que as partículas luminosas formem a imagem no foco preciso, para que o cérebro possa compreender perfeitamente o que está sendo enxergado. Esses impulsos são transmitidos rapidamente pelo nervo óptico ao cérebro. As informações que percorrem através dos dois nervos ópticos são processadas no cérebro, dando origem a uma única imagem combinada.
Importância da dieta saudável e da suplementação nutricional
Estudos clínicos realizados em seres humanos demonstraram que o extrato de amora azul (contendo 25% de antocianidina), o extrato de Ginkgo biloba (24% de heterosídeos de ginkgo) e o sulfato de zinco são capazes de deter a perda visual progressiva.
• A naturopatia (remédios botânicos e suplementação nutricional específicos), a acupuntura tradicional chinesa (sistêmica, ocular e auricular) e a prática regular do yoga muito podem beneficiar os olhos, prevenir e combater doenças oftalmológicas. É preciso, no entanto, combater-se a automedicação e somente fazer-se uso de remédios e medicamentos sob a orientação e a prescrição de um profissional da área de saúde no consultório.
• Devem ser evitados alimentos rançosos, frituras, gorduras e outras fontes de radicais livres. Deve-se aumentar o consumo de: legumes ricos em aminoácidos que contêm enxofre; frutas e vegetais amarelos (ricos em carotenos); amoras, ricas em flavonóides (amora azul e preta, cerejas, acerola, etc.); alimentos ricos em vitamina E, licopeno e Vitamina C (frutas e vegetais frescos).
• É bem conhecida a importância da vitamina A para a saúde dos olhos. Sua deficiência pode ocasionar xerose (secura da conjuntiva, mucosa transparente e lisa que forra a face interna das pálpebras e a face anterior do globo ocular até a córnea) e xeroftalmia (secura da córnea), que pode levar à perda parcial ou total da visão, e cegueira noturna. Os primeiros sintomas da deficiência de vitamina A são: olhos vermelhos, secos, sem brilho, irritados e sensação de que algo incomoda, ou arranha os olhos; visão cansada e dificuldade de enxergar à noite.
• O zinco é importante na preservação da visão. Rutina, hesperidina, e resveratrol extract também devem ser empregados.
• As vitaminas B1, B2, B6 e B12 são também necessárias para a saúde dos olhos. A deficiência da vitamina B pode resultar na degeneração do nervo óptico (neurite, lesão inflamatória desse nervo), e os primeiros sintomas de sua deficiência incluem: dor, lacrimação e ardência (sensação de queimação).
• A vitamina C também é essencial aos olhos, fortalece os vasos sangüíneos que irrigam os olhos e protege as estruturas oculares contra a ação dos radicais livres e da radiação solar. Sua deficiência ocasiona: vista cansada, sensação de peso nos olhos e eventualmente, sangramento da conjuntiva. A melhor forma de se obter vitamina C é tomar diariamente em jejum, pele manhã, o suco de um limão, fresco de tamanho médio, diluído em um copo de água, sem açúcar ou adoçante.
• A catarata tem sido relacionada à deficiência de vitamina D. Essa vitamina também é necessária para a saúde dos olhos.
• Os antioxidantes nutricionais como betacaroteno, selênio orgânico, vitamina E, licopeno, leucoantocianidina (flavonóides, pigmentos vegetais, que conferem às plantas, frutas e flores as cores que variam de vermelho a azul e exercem uma ampla variedade de efeitos fisiológicos no organismo), etc. são também extremamente importantes na prevenção e no combate (avanço) da degeneração macular senil e juvenil.
Evite os maus hábitos
• Quando se está fazendo alguma leitura, deve-se segurar o livro, no mínimo, a um palmo de distância do nariz.
• Ler sempre com luz adequada, piscar várias vezes para lubrificar os olhos e olhar para cima alguns segundos, toda vez que chegar ao final de cada página.
• Não fazer nada que prejudique os olhos, como ver televisão durante muito tempo com as luzes apagadas.
• Não ler com o objetivo de estimular o sono. Esse não é um hábito saudável. A leitura à noite, algumas horas antes de dormir, pode estimular o intelecto e prejudicar o sono.
• Ler em ônibus ou no carro é prejudicial ao processo de acomodação dos olhos; evitar esse hábito.
• Não olhar diretamente para o sol. Os olhos são muito sensíveis à radiação solar, o que pode prejudicá-los seriamente. A luz solar somente é benéfica ao nascer e ao pôr-do-sol, quando, então, pode-se fechar os olhos e voltar a face para ele, permitindo que seus raios aqueçam as pálpebras e revitalizem os olhos. Para a ciência yogue, o sol é a fonte de energia vital ou prana, no entanto deve-se evitar a exposição prolongada à luz solar no período das 10 horas da manhã até as 16 horas. Nesse período do dia, é recomendável o uso de óculos de sol com proteção contra raios UVA e UVB.
• A fumaça do cigarro também é prejudicial aos olhos, sua incidência causa irritação, secura, vermelhidão e predispõe à catarata, dentre outros males.
• Evitar olhar para o nada. Sem uma ordem definida no cérebro, os olhos adotam uma posição em que todas as imagens ficam desfocadas, prejudicando os músculos de acomodação.
• Certificar-se de que a tela de seu computador retém a radiação que ela própria produz, ou seja, se há um filtro de proteção que impeça a radiação. Caso contrário, deve-se buscar resolver tal problema, ou, em última instância, amenizá-lo.
por Gilberto Coutinho
fonte: vyaestelar
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