Encontro pretende mostrar ao poder público ações práticas e efetivas para garantir a conservação e o uso público adequados dessas áreas
Na próxima quinta-feira (18), instituições paranaenses irão se reunir com representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão que administra as unidades de conservação brasileiras, para apresentar resultados de estudos científicos no litoral e serra do mar paranaense. O objetivo do evento é oferecer subsídios técnicos para que o governo possa implementar políticas públicas que garantam a proteção da biodiversidade da região, além de ordenarem atividades de uso público, manejo e atividades econômicas no entorno das áreas. Durante o encontro, que acontece em Florianópolis (SC), na Coordenação Regional da Região Sul do ICMBio, ações para quatro unidades de conservação (UC) serão discutidas: Parque Nacional (Parna) Guaricana, Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais, Parque Nacional do Superagüi e Reserva Biológica (Rebio) de Bom Jesus.
Essas unidades de conservação foram escolhidas porque possuem projetos que foram apoiados pela Fundação Grupo Boticário, que podem orientar ações efetivas do poder público, além de terem potencial para beneficiar as comunidades do entorno, especialmente com o turismo. “Queremos que a população se beneficie com as UCs, não apenas com os serviços ambientais que elas geram, mas também as aproveitando para o turismo, que é um dos objetivos dos parques nacionais”, comenta Emerson Oliveira, coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, instituição responsável pela articulação entre o governo e as instituições de pesquisa e conservação. Dentre os serviços ambientais que a população já se beneficia dessas áreas protegidas estão o fornecimento de água, manutenção de polinizadores, contenção de solos e encostas, proteção contra eventos climáticos extremos e a regulação do clima.
Geração de conhecimento para políticas públicas
De acordo com as pesquisas apoiadas pela Fundação Grupo Boticário e que serão apresentadas no evento, cada uma das unidades de conservação selecionadas tem necessidades específicas de ações que as protejam e que serão sugeridas ao ICMBio. É o caso do Parna das Ilhas dos Currais, que foi criado em 2013 e precisa que seu Plano de Manejo (documento que ordena o uso da UC) seja elaborado.
Já no Parna do Superagüi são necessárias ações de fiscalização e conservação do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie que é endêmica da região que abrange os litorais paranaense e sul de São Paulo e está ameaçada de extinção. Também será discutida a delimitação da zona de amortecimento do parque. Essa área tem por objetivo proteger a UC do efeito de borda, onde as atividades econômicas que podem causar impactos negativos às unidades precisam ser controladas. Apesar de esse Parque Nacional já ser bastante visitado por turistas, ele também não possui Plano de Manejo e, com isso, essa visitação ainda não é regulamentada.
Na Rebio Bom Jesus, as indicações são a elaboração desse mesmo documento, sua delimitação geográfica e a disponibilização de equipe em número adequado para ações de fiscalização. Já no recém-criado Parna Guaricana, para que seja conservado de modo adequado, é necessário elaborar o Plano de Manejo e disponibilizar infraestrutura física e de pessoal para que a região possa estabelecer um turismo adequado. Para viabilizar isso tudo as instituições também se apresentarão como parceiras para a execução destas atividades nesta unidade e nas demais a serem discutidas.
O encontro é uma realização da Fundação Grupo Boticário em parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), o Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais e a Associação Mar Brasil.
(Fundação Grupo Boticário)