Universo Energético
Em visita aos EUA, Dilma promete reflorestar 12 milhões de hectares até 2030
O acordo prevê investimentos em fontes renováveis de energia. Foto de Roberto Stckert Filho/PR
Dilma e Obama se comprometeram a trabalhar em cooperação para gerar energia nuclear ‘segura e sustentável.’
O Brasil e os Estados Unidos fecharam acordo bilateral de compromissos para mitigar as causas da mudança do clima. O Brasil se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal de florestas. O documento informa que o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.
Os países pretendem atingir a meta de 20% de participação de fontes renováveis em suas matrizes energéticas. O acordo foi fechado na visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos.
A Declaração Conjunta Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima afirma que o governo brasileiro implementará políticas para eliminação do desmatamento ilegal, em conjunto com o aumento ambicioso de estoques de carbono por meio de reflorestamento e da restauração florestal.
Os presidentes afirmam, no comunicado, que reconhecem a necessidade de acelerar o emprego de energia renovável para ajudar a mover as economias e propõem a adoção de “ações ambiciosas”. Os dois países pretendem atingir, individualmente 20% de participação de fontes renováveis – além da geração hidráulica – em suas respectivas matrizes elétricas, até 2030.
Dilma e Obama expressaram compromisso de trabalhar para superar potenciais obstáculos a um acordo na Conferência de Paris sobre Mudança do Clima, no final deste ano, na França. Eles afirmaram no comunicado que buscam um acordo ambicioso que reflita o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas por causa das circunstâncias de cada país.
Os presidentes lançaram uma Iniciativa Conjunta sobre Mudança do Clima, que será implementada por meio de um novo grupo de trabalho. O objetivo é ampliar a cooperação bilateral em questões relacionadas ao uso da terra e da energia limpa, bem como diálogos políticos sobre a questão climática nacional e internacional.
Também foi acertada a promoção de ações sobre o uso sustentável da terra. A declaração conjunta afirma que os dois países querem promover ações em florestas, na agricultura e no uso da terra, e contribuir para mitigar a mudança do clima, assim como estimular o crescimento econômico.
Os dois países querem adotar novos e melhores modelos de gestão de suas florestas, terras agrícolas e pastagens. Também está prevista a troca de informações e de conhecimento com outras nações.
Em busca de uma cooperação em energia limpa, o Brasil e os Estados Unidos fortalecerão mecanismos de cooperação bilateral sobre o setor. Os países querem ampliar as pesquisas sobre oferta de energia de fontes renováveis, tais como energia eólica, solar e combustíveis renováveis de transporte. Pretendem, também, ampliar as pesquisas em desenvolvimento e inovação na área de energia e promover a cooperação entre universidades e instituições nos dois países.
O comunicado conjunto diz que o Brasil e os Estados Unidos vão trabalhar em cooperação na geração de energia nuclear segura e sustentável. Além disso, também compartilharão experiências para criar resiliência aos impactos da mudança do clima em áreas como biodiversidade e ecossistemas, infraestrutura, produção agrícola e segurança alimentar, e recursos hídricos.
Das 100 maiores empresas do país, 82% já adotam ações de mitigação ou de adaptação às mudanças climáticas, revela pesquisa do Instituto Datafolha para o Observatório do Clima e para o Greenpeace, feita nos meses de março e abril deste ano.
As iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas são variadas: vão desde soluções para reduzir o consumo de água e energia (apontado por 40% das empresas) até ações para diminuição de poluentes (23%) e campanhas de educação e conscientização (12%).
“Muitas empresas adotam medidas para lidar com os desafios da mudança climática ou se preparam para adotar medidas para lidar com esses impactos e suas consequências, tal como a escassez de insumos como a água”, disse Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima.
Por Gislene Nogueira, da Agência Brasil/EBC.
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Publicado no Portal EcoDebate, 01/07/2015
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