A despoluição da Baía de Guanabara é um trabalho estratégico na agenda ambiental do Brasil, disse hoje (14), no Rio de Janeiro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela ressaltou, entretanto, que a despoluição ambiental da baía não ocorrerá “da noite para o dia”.
A baía vem sofrendo impactos bastante expressivos, disse ela, particularmente nos últimos 80, 100 anos, com o “adensamento da população, o processo de industrialização e a ocupação da chamada bacia contribuinte da Baía de Guanabara”. Por isso, disse que é preciso ter uma visão estratégica de recuperação, que tem de ser pactuada com a sociedade – como tem ocorrido em todo o mundo –, acompanhada de processos de fiscalização e monitoramento.
“Nós, do Ministério do Meio Ambiente, temos defendido uma discussão mais ampliada sobre a recuperação dos grandes passivos ambientais em relação à poluição”. A ministra acredita que sob a gestão do secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, o tema terá prioridade dentro de um trabalho que deve ser feito em parceria com a população.
A ministra salientou que a qualidade de vida no estado está ligada à integração das várias camadas da sociedade com o ambiente, “que tem que ser limpo”. “Qualidade de vida é também qualidade ambiental”. Ela garantiu que o ministério vai trabalhar de maneira articulada com os governos fluminense e do município do Rio de Janeiro para avançar nessa pauta.
Segundo ela, a despoluição da baía passa pela resolução do problema de saneamento básico, melhorando também a relação dos municípios situados em torno da baía. O fato de os Jogos Olímpicos ocorrerem na capital fluminense, em 2016, é uma motivação estratégica, de natureza política, para que o país “assuma uma postura de limpar a Baía de Guanabara, pactuando com a sociedade como isso vai acontecer”, destacou a ministra.
Izabella acredita que é factível cumprir a meta do governo do estado, de entregar 80% da Baía de Guanabara despoluída até as Olimpíadas. “Do ponto de vista do espelho d’água, tem soluções para isso. Agora, limpar a baía toda, como foi feito no [Rio] Tâmisa, na Inglaterra, ou mesmo no Lago Paranoá, em Brasília, que tem tratamento terciário de esgoto, leva tempo. Nós temos que considerar tudo que foi feito e discutir o que significa essa limpeza efetiva nos próximos anos”. A ministra insistiu que as Olimpíadas devem ser aproveitadas para consolidar um modelo em que a sociedade estará engajada no debate, monitorando os resultados obtidos.
* Edição: Stênio Ribeiro.
** Publicado originalmente no site Agência Brasil.