Comissão Baleeira Internacional rejeitou a justificação científica do Japão para massacrar baleias
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Comissão Baleeira Internacional rejeitou a justificação científica do Japão para massacrar baleias


25 de abril de 2015 

(da Redação da ANDA)
Foto: Reuters
Foto: Reuters
A Comissão Baleeira Internacional (CBI) rejeitou a justificação científica usada pelo Japão para matar aproximadamente 4.000 destes mamíferos marinhos. O país planeja a matança de aproximadamente 4.000 baleias-anãs no Oceano Antártico nos próximos 12 anos, segundo reportagem do site Take Part.
O Japão insiste em argumentar que sua caçada anual à baleia na Antártica é conduzida com “fins científicos”, mas na segunda-feira um painel nomeado pela CBI rejeitou a alegação. “A proposta atual não demonstra a necessidade de amostragem letal para atingir aqueles objetivos”, foi declarado no relatório.
A CBI não deu resposta ao pedido de entrevista. Entretanto, Patrick Ramage, diretor do programa de baleias do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (FIBA), disse que o relatório do painel basicamente recusou as tentativas japonesas.
“O painel declarou publicamente que não existe justificação científica para continuar a matança de baleias,” declarou Ramage. “A nova proposta do Japão assemelha-se muito ao programa anterior e é difícil entender como eles seguem reenviando sua frota à Antártica, num claro desafio tanto à Corte Internacional de Justiça como à CBI”.
“Trata-se de um obstáculo real para os japoneses, que foram os anfitriões na reunião do painel independente e estavam confiantes de que sua proposta seria aprovada”, acrescentou Ramage.
Em março passado, o Japão anunciou que suspenderia a caça anual na Antártica por um ano após a Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judiciário das Nações Unidas, ter decidido que o programa de caça às baleias do país não era científico e que, portanto, constituía uma violação da moratória imposta pela CBI à caça comercial das baleias, definida em 1986. O Japão concordou em conduzir somente pesquisa não letal nas temporadas de 2014-2015.
Entretanto, em novembro, o Japão submeteu à CBI uma nova proposta de arpoar 330 baleias-anãs anualmente, a começar no final de 2015 e seguindo ao longo de 12 anos. Isso sem contar as quase 10.000 baleias que o país matou no passado alegando motivos científicos.
O Japão afirma que seu propósito é coletar mais informação sobre a população de baleias-anãs da Antártica, caso a moratória não seja suspensa, e estudar o ecossistema marinho da região. Mas o painel da CBI concluiu que a proposta japonesa carece de claros objetivos científicos e não contém “informação suficiente” para a realização de uma análise.
O Comitê Científico da CBI avaliará o relatório do Painel de Peritos e a proposta japonesa na próxima reunião com início marcado para o dia 18 de maio em San Diego, Estados Unidos.
“O painel fez 29 recomendações ao Japão para que trabalhe no sentido de validar o método de pesquisa letal e o tamanho da amostragem”, segundo um email de Fuji Hayashi, porta-voz da embaixada japonesa em Washington.
“Ontem, o Japão submeteu documentos suplementares e respostas preliminares ao Comitê Científico da CBI”, disse Hayashi. “Faremos análises mais profundas para abranger as recomendações e nossas conclusões serão exibidas e explicadas na reunião anual do Comitê”.
O Primeiro Ministro do Japão, Shinzō Abe, tem uma visita programada a Washington e um encontro com o Presidente Obama no dia 28 de abril.
“Isto certamente eleva as apostas dos tomadores de decisão japoneses”, disse Ramage. “Agora a questão da caça às baleias, que o Ministério das Relações Exteriores do Japão preferiria não comentar ou defender, está novamente na ordem do dia.
E se o Comitê Científico da CBI adotar o relatório do Painel de Peritos?
“É muito provável que tornemos a ver a esquadra japonesa de caça às baleias com seus arpões retornarem ao Oceano Antártico este ano”, segundo email de Astrid Fuchs, do programa de caça às baleias para a Sociedade de Conservação das Baleias e Golfinhos. “O que, em nossa opinião, equivale a uma demonstração de desprezo pela Corte de Justiça. Resta saber então quais providências serão tomadas pela comunidade internacional.”




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