(da Redação da ANDA)
Foto: OGP
Quando o surto de ebola começou, houve muita discussão sobre como o vírus pode começar em animais e ser transferido para os seres humanos através do consumo de carne de animais selvagens. Mas o que dizer dos animais que entram em contato com a doença através de seus cuidadores humanos – ou dos animais que perderam seus tutores para esta doença cruel?
Notícias sobre as vítimas humanas do vírus do ebola têm sido amplamente disseminadas e, enquanto isso é extremamente importante para acelerar a ajuda e a ação de países ao redor do mundo, não tem sido dada muita atenção às vítimas animais que sofrem os efeitos colaterais do surto da doença. Grupos de proteção animal em Serra Leoa (África Ocidental) estão lutando para cuidar de animais em situação de abandono, animais de fazenda, e animais selvagens em santuários.
Assim como os animais necessitam de cuidados na incidência de desastres naturais, os animais que vivem nas regiões afetadas pelo ebola também precisam de cuidados e socorro. As informações são do One Green Planet.
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Um Santuário em Crise
O santuário Tacugama Chimpanzee Sanctuary (TCS) em Serra Leoa tem sido especialmente atingido pela crise de ebola. Embora os funcionários estejam saudáveis e Freetown, onde o santuário está localizado, esteja livre do surto, seus recursos foram cortados quase pela metade. O santuário tem uma grande porção do seu orçamento advinda do ecoturismo, e poucos turistas estão visitando o local após o surto. Segundo a reportagem, não se espera que essas condições melhorem a curto prazo.
“Nós gastamos cerca de 15 mil dólares em custos de funcionamento a cada mês, incluindo os salários do pessoal e alimentos para os animais. Normalmente, nós obtemos uma grande parte disso (cerca de 30% do total) a partir de visitas ao Santuário e das nossas quatro pousadas ecológicas. Esses visitantes desapareceram completamente nos últimos meses devido ao surto de Ebola”, explica o TCS.
Além disso, o santuário informou que a crise atual causou um déficit de 7.500 dólares em base mensal, nos últimos quatro meses.
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O santuário cuida de 87 chimpanzés órfãos e faz parte do African Sanctuary Alliance, que trabalha para combater a caça de primatas para o comércio de carne de animais silvestres e do tráfico. Há um gasto de 3.000 a 3.500 dólares por mês para alimentar os 90 chimpanzés.
Com o vírus, menos voluntários e visitantes estão viajando para o santuário, o que desferiu um duro golpe para sua receita. Os indivíduos que se oferecem para trabalhar como voluntários também estão receosos de contrair a doença infecciosa, muitos dos quais têm amigos e familiares que foram tragicamente infectados.
“A taxa de infecção está dobrando a cada semana. Dois membros da equipe recentemente perderam parentes para o ebola. Temos um briefing diário e todos os protocolos de prevenção são observados. Todos os locais de onde os funcionários vêm são monitorados, e decisões firmes são tomadas para realocá-los no caso de uma área tornar-se um ponto de risco”, explica o TCS.
O santuário está tendo dificuldade de conseguir suprimentos. O tráfego de veículos e o abastecimento de alimentos foram severamente restringidos na área devido à quarentena. Kenema, uma das cidades para as quais o santuário envia veículos para o abastecimento, tornou-se um foco do ebola, tornando-se demasiado perigoso enviar voluntários para lá. Com a diminuição do acesso aos bens de que necessitam, e o fato de estar se tornando mais caro adquirir suprimentos vitais para o santuário, a necessidade de financiamento é maior do que nunca.
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O Tacugama Chimpanzee Sanctuary também é muito ativo na educação da comunidade local sobre a importância de proteger os chimpanzés na natureza e dos perigos no consumo da carne de animais selvagens. Apesar de sua luta para angariar fundos, a equipe do Santuário tem continuado a trabalhar incansavelmente para levar adiante os esforços de sensibilização e programas de educação.
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Fundos de emergência
A Humane Society International, ao tomar conhecimento dessa situação crítica, doou 6.000 dólares para ajudar o Tacugama Chimpanzee Sanctuary a compensar as suas perdas recentes, em uma esperança de que o local não tenha que fechar as suas portas.
“Dar o melhor atendimento possível para nossos chimpanzés e manter a equipe é fundamental. Todo mundo está desesperado aqui, mas determinado a continuar”, diz o TCS.
Bernard Unti, Conselheiro Político da Humane Society International, explica: “Eu vejo o trabalho de Bala Amarasekaran (diretor do Tacugama) e seus colegas como algo tão heróico e transformador”, e ele continua, “os santuários de primatas na África são a verdadeira e melhor esperança para a preservação dos chimpanzés, e estão no cerne da luta pela sobrevivência desses animais”.
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Para os 87 chimpanzés órfãos, em situação de abandono ou confiscados que vivem no santuário, a epidemia de ebola ameaça a segurança e o futuro de suas vidas.
“O ebola está destruindo a base duramente conquistada de financiamento do TCS e de apoio por parte dos visitantes e do ecoturismo, entre outros canais”, diz Unti.
A doação da HSI vai ajudar a aliviar a pressão sofrida pelo santuário no momento, mas o apoio continuado será necessário até que o TCS esteja fora de perigo. Além dessa contribuição, a HSI doou 6.000 dólares para a Campanha Contra a Crueldade aos Animais, que ajudará a alimentar animais domésticos, cães em situação de rua e animais de fazenda da região.
Andrew Rowan, presidente da HSI, afirmou em um comunicado à imprensa: “Nós queremos ajudar os nossos parceiros corajosos da proteção animal em seu momento de necessidade. Os esforços de ONGs da África Ocidental têm sido severamente prejudicados pelo surto de Ebola, e esperamos que esses fundos ajudem estas organizações a realizar suas missões críticas”.
Apesar de todas as dificuldades, o santuário continua otimista e afirma que pretende se concentrar no que pode ser feito, ter fé no espírito humano e acreditar na superação. “Temos uma equipe fantástica aqui, tanto nacionais quanto internacionais. Todos empenhados em ficar e servir aos chimpanzés”, declarou o santuário.
Para mais informações, visite o site. Há também muitos outros animais que precisam de ajuda durante este período turbulento. Você pode saber mais e fazer uma doação para o fundo de desastres da Humane Society International, clicando aqui.
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