No primeiro dia da publicação do Cablegate fizemos uma breve descrição sobre os documentos divulgados até aquele momento. Como veremos muitas outras informações relacionadas com o Brasil nas próximas semanas, resolvi criar este post, onde irei atualizar a medida que mais informações se tornarem disponíveis.
Os documentos mostram estreita relação do Brasil com a inteligência americana, e uma grande preocupação por parte do governo americano sobre a falta de legislação anti-terrorista no Brasil.
- Doc. 08STATE3034 - Al-Quaeda na tríplice fronteira com o Brasil: um dos cabos publicados mostra como em 2008 Washington ordenou a seus diplomatas em Assunção (Paraguai), para que investigassem a possível presença da Al-Qaeda em uma zona de fronteira entre Paraguai, Argentina e Brasil. Este documento solicitava informações sobre grupos terroristas e simpatizantes, incluindo a Al-Qaeda e
outros grupos militantes islâmicos como o egipcio Jamaa Islamiya, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e o Hezbollah do Líbano.
Doc. 09BRASILIA1540 e 08BRASILIA504 - Preocupação pela falta de legislação anti-terrorismo no Brasil
Nestes dois documentos vemos uma crescente preocupação do governo americano com a falta de uma legislação anti-terrorismo no Brasil. De acordo com o sumário do documento de 2008:
Em novembro do ano passado, o Governo do Brasil anunciou que estava retrocedendo em seu esforço para apresentar uma legislação anti-terrorismo depois de um esforço de longos anos de um grupo de trabalho dentro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), para coordenar a elaboração da iniciativa dentro do governo. Apesar de que hoje procuram diminuir a importância de ter essa legislação, antes da reversão funcionários alegaram que a legislação anti-terrorista era necessária para melhorar o seu regime jurídico - que atualmente não trata de atividades terroristas, financiamento do terrorismo, ou o apoio ao terrorismo como crimes. Algumas notícias têm sugerido que o poderoso chefe de gabinete do presidente Lula anulou a legislação proposta, que havia sido atacado por alguns ativistas sociais e grupos de defesa, que temiam que a legislação poderia ser usado contra eles, e comparou-a com a repressão da era militar. Os meios de comunicação e o silêncio político após a reversão do governo expôs um vácuo em matérias relacionadas com o terrorismo entre as elites, cujo apoio seria necessário para superar a resistência. Como resultado, nossos esforços para colocar esta legislação novamente na agenda do Brasil será uma batalha árdua.
A maioria dos legisladores e público em geral ainda são adeptos da mentalidade do "isso não pode acontecer aqui", pois eles não têm qualquer idéia de táticas terroristas, o conceito de redes de apoio,... Segundo ele, o único fator que poderia mudar essa indiferença é uma outra onda de violência como a desencadeada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em 2006 (ref D). O terrorismo perpetrado por extremistas islâmicos é muito remoto para os brasileiros se preocuparem. A única maneira que eles vão se mover, acrescentou, é quando o problema os afetar de forma diária.Diante da situação atual no Rio de Janeiro, seria esta onda de violência no Rio parte de um movimento para ganhar apoio para uma nova lei-anti-terrorismo no Brasil? Seria a onda de violência no Rio um Ataque de Falsa Bandeira?
"A Polícia Federal, muitas vezes, prende pessoas com ligações ao terrorismo, mas nunca usa acusações de terrorismopara evitar chamar atenção da mídia e dos altos escalões do governo. Durante o ano passado a Polícia Federal prendeu várias pessoas envolvidas em atividades suspeitas de financiamento ao terrorismo, mas os deteve sob acusações de tráfico de narcóticos e contrabando.".O governo brasileiro nega a existência de operações contra o terrorismo no país.
Lavrov elogiou a nova abordagem dos EUA para o Irã, acolhendo a disponibilidade do presidente Barack Obama para envolver os EUA "plenamente" nas negociações com o Iran. A disposição de discutir "todas" as questões foi um passo positivo, um passo que a Rússia vinha defendendo há vários anos, disse Lavrov. Iran exercia uma grande influência na região, inclusive no Afeganistão, Iraque, Hezbollah, Hamas, em Gaza, etc. Iran por muito tempo vem se preocupando com Israel, e viu o Paquistão como um concorrente de armas nucleares. Putin perguntou à Ahmadinejad durante uma reunião em Teerã, alguns anos antes, por que ele fez tais declarações anti-israelenses, mas Ahmadinejad não respondou, dizendo apenas que o Iran "não estava fazendo nada na esfera nuclear diferente do Brasil." Putin respondeu que o Brasil não estava no Oriente Médio.