Bebê Azul, Nitrato de amônia e a explosão em Santa Catarina – Fábrica de Fertilizantes em São Francisco do Sul
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Bebê Azul, Nitrato de amônia e a explosão em Santa Catarina – Fábrica de Fertilizantes em São Francisco do Sul



Explosão em fábrica de fertilizantes em São Francisco do Sul – Santa Catarina – Foto Gazeta de Maringá
Por Marise Jalowitzki
Os céus ainda estão sob o efeito da explosão na fábrica de fertilizantes em São Francisco do Sul, Santa Catarina, e poucas informações sobre os riscos de intoxicação estão sendo repassados. Considero importante divulgar as informações a seguir, alertando a população atingida (e todas as demais, do entorno) para os riscos, devido à inalação excessiva e, especialmente transmitidos pela água, em  médio e longo prazo.
As informações oficiais sobre a toxicidade enviada à atmosfera continuam dúbias. Ora, há declarações de que as nuvens não são tóxicas. Depois, já informam o contrário. Dentre as pessoas hospitalizadas, um bombeiro está em estado gravíssimo. A fumaça já invadiu várias cidades de Santa Catarina e Paraná e alcança São Paulo. Os cuidados precisam ser redobrados, pois o nitrato pode chegar aos lençóis freáticos, contaminando a água. Basta uma chuva para que tal aconteça.
Em abril de 2013 o G1 publicou isto (em matéria referente a uma explosão no Texas):
“Explosões que destruíram no passado fabricas de fertilizantes, como a ocorrida na noite de quarta-feira (17) perto de Waco, no Texas, e na fábrica AZF em Toulouse, na França, em setembro de 2001, em muitos casos envolveram nitrato de amônio, um fertilizante amplamente usado na agricultura.
O principal perigo da amônia anidra, um dos gases mais solúveis em água, é a sua toxicidade. Como um gás ou líquido é muito irritante para a pele e os olhos, e no sistema respiratório, em contato direto, pode provocar queimaduras graves. (na íntegra em aqui)
Transcrevo do Wikipedia:
Perigos mais iminentes: Por ser oxidante, pode interagir com outros produtos. Quando contaminado com produtos orgânicos ou materiais oxidantes, aquecido, confinado, e ainda sob ação de agentes iniciadores, pode detonar. Risco de ignição ou detonação ao expor o produto ao calor e a materiais incompatíveis.
Perigos físicos e químicos: O Nitrato de Amônio é um forte oxidante. A contaminação pode promover a sua decomposição, tornando-o imprevisível e perigoso. Os contaminantes incluem matéria orgânica, Cloretos, Fluoretos e também alguns metais (exemplos: Cobre, Cromo, Zinco e outros).
Efeitos do produto em animais: A inalação pode causar irritação do trato respiratório, com tosse, dor de garganta e dificuldade respiratória. O contato com o produto pode causar irritação na pele e nos olhos. Exposto a altas temperaturas, devido à decomposição, pode liberar Amônia e gases Nitrosos tóxicos (NOx), capazes de provocar problemas respiratórios agudos.
Efeitos ambientais: É muito solúvel em água, podendo contaminar cursos d’água, tornando-os impróprios para uso em qualquer finalidade. O produto da combustão do Nitrato de amônia é o óxido nitroso, N2O. Este composto é um agravante do efeito estufa, sendo 273 vezes mais nocivo que o dióxido de carbono, CO2. (Xavier, A. Agronomia/UFSM, 2008)
Efeitos na saúde humana: O nitrato de amônio causa irritações nos olhos, na pele e no tratorespiratório. A substância pode afetar o sangue, devido ao íon nitrato,causando uma doença chamada metahemoglobinemia, ou doença do bebê azul (IPCS ICHEM, 2011) 6 .Seus principais efeitos na saúde humana e dos ecossistemas são decorrentes dos compostos secundários que podem ser formados. (Wikipedia)
 Metahemoglobinemia e a Síndrome do Bebê Azul
A exposição ao nitrato, além de irritar olhos, garganta e provocar ardência no estômago, pode também apresentar problemas a longo prazo, especialmente em Bebês. “Metahemoglobina é incapaz de transportar oxigênio e determina os sintomas de deficiência de cianose e oxigênio. Bebês afetados têm uma cor de pele cinza-azul, começando com os dedos, lábios e outras extremidades e podem tornar-se irritados ou letárgicos, dependendo da gravidade da sua doença. Níveis de metahemoglobina superiores a 50 por cento rapidamente podem levar a coma e morte se a condição não for tratada rapidamente.”
“Muitos casos de “Síndrome do bebê azul” apareceram ao longo dos anos, devido aos níveis elevados de nitrato em água misturada com a fórmula. (…) em um longo prazo, nitratos podem causar diurese, aumento de depósitos ricos em amido e hemorragia do baço se os níveis de exposição de nitrato ultrapassarem as permitidos 50 partes por milhão (ppm).”
“Uma das consequências dessa oxidação é não ter mais a forma disponível do ferro (ferrosa), daí não há disponibilidade para síntese da hemoglobina e das hemácias. (Pode levar à quadro de anemia) Isso acontece em ruminantes por intoxicação por nitrato/nitrito vindo de adubos mal incorporados, ou também por se alimentarem de Brachiaria radicans, rica em nitrato.” (Wikipedia)
Essa síndrome também é conhecida como tetralogia de Fallot, ou seja, o coração da criança apresenta 4 características básicas:
1)defeito do septo ventricular (o coração apresenta 4 câmaras, esse septo separa os ventrículos direito e esquerdo que possuem uma musculatura mais desenvolvida e são capazes de impulsionar o sangue para os pulmões e para o resto do corpo, respectivamente)
2)estreitamento da valva pulmonar (por onde passa o sangue que vai para os pulmões ser oxigenado)
3)aorta deslocada
4)espessamento da parede do ventrículo direito (de tanto trabalho que o ventrículo faz para fazer o sangue passar para os pulmões pela valva que está estreitada, ele acaba tornando-se mais espesso e forte)
Logo, há uma grande dificuldade de tornar esse sangue do bebê oxigenado, com isso os tecidos acabam ficando pouco oxigenados e o bebê adquire uma cor arroxeada ( cianose) e sofre de falta de ar.
O excesso de nitrito em águas representa um potencial risco para a saúde, pois pode causar a meta-hemoglobinemia (“síndrome do bebê-azul”) em recém-nascidos e mesmo em adultos com particular deficiência enzimática.
Fonte: http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/09/bebe-azul-nitrato-de-amonia-e-explosao.html




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