(da Redação da ANDA)
Foto: Divulgação
Aproximadamente 10.000 pessoas participaram de uma marcha pelos direitos animais em Tel Aviv, na noite de sábado (3). Essa foi maior manifestação desse tipo já realizada em Israel.
O desfile, que está em seu terceiro ano, foi realizado para aumentar a conscientização sobre a violação dos direitos animais. Os manifestantes marcharam do parque Gan Meir até a praça Rabin, onde um protesto foi realizado. Os participantes cantavam e seguravam cartazes protestando contra o consumo de carne e produtos lácteos, assim como pelo fim da experimentação animal. “Justiça, compaixão, veganismo” e “Carne é assassinato” foram algumas das frases cantadas.
“Temos de continuar essa conversa, se queremos continuar sãos”, afirmou a jornalista e ativista Orly Vilnai ao jornal Haaretz. Ela observou que, alguns anos atrás, teria sido inconcebível tantas pessoas participarem de um comício de apoio aos direitos animais.
A jornalista Miki Chaimovitz acrescentou que “por muitos anos, parecia que éramos um grupo pequeno e marginal que não deveria ser levado a sério. Essa manifestação mostra que este não é o caso. Há muitos de nós aqui, porque é hora de mudar as atitudes das pessoas em relação aos animais. Estou plenamente consciente de que há sempre notícias mais importantes. Mas eu tenho uma notícia para você: direitos animais é um tema relevante”.
Chaimovitz enfatizou que “onde cães são queimados, também haverá a queima de pessoas. Uma sociedade que é indiferente aos animais também será indiferente aos seus membros mais fracos.”
O advogado Sagiv Levy, consultor jurídico do Let the Animals Live, clamou por penas mais duras para as pessoas condenadas por maltratar animais. “Durante as férias, o nosso abrigo em Sakhnin foi incendiado. Os nossos cães amados Heidi e Max foram queimados vivos, abraçando um aos outro. Por isso, eu peço que a polícia, os procuradores e os tribunais desistam de fazer acordos ridículos. Multas não bastam. Quem incendiou o canil deve ir para a prisão. Nós somos o povo e clamamos – basta.”
A marcha foi iniciado e organizado por uma série de grupos, incluindo Let the Animals Live, Anonymous, Vegan Friendly, a Sociedade Israelense pela Abolição da Vivisecção (Israeli Society for the Abolition of Vivisection), o grupo de direitos animais Ginger (Zangvil), a Frente pela Liberação Animal (Front for Animal Liberation), Freedom Farm e outros.
Segundo os organizadores, há 400 casos de crueldade contra os animais por ano, mas mais de 90 por cento dos casos são encerrados sem indiciamento.
Os organizadores também ressaltaram que mais de 100.000 cães saudáveis são mortos por ano em canis pertencentes ao governo. Além disso, o país tem mais de 2 milhões de gatos na rua. Eles se multiplicam rapidamente, mas os orçamentos para esterilizá-los ou castrá-los não são suficientes nem mesmo para 10 por cento dos animais.
Israel importa mais de 200.000 bezerros e cordeiros por ano da Austrália e da Europa para a indústria da carne, de acordo com os ativistas. Além disso, mais de 200 milhões de galos são mortos anualmente para consumo. Mais de 9 milhões de galinhas são mantidas em gaiolas confinadas, enquanto 4,5 milhões de pintos machos são destruídos todos os anos na indústria de ovos.
Em 2014, experimentos foram realizados em 340.000 animais – um aumento de 13 por cento em relação ao ano anterior.
De acordo com os organizadores do protesto, as pesquisas mostram que entre 3 a 5 por cento dos israelenses são veganos e 8 por cento são vegetarianos.
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