(da Redação da ANDA)
Foto: Divulgação
Uma das primeiras coisas vistas pelo público que chegava à 61ª feira anual Greater Gulf State Fair foi um tigre em uma jaula na esquina da Zeigler Boulevard e Cody Road em The Grounds (Mobile – Alabama, Estados Unidos). Mas quando eles olhavam mais de perto, viram que não se tratava de um tigre, mas de uma mulher com uma fantasia de tigre, usando uma corrente em volta de seu pescoço e protestando contra o fato de tigres serem parte do entretenimento do evento neste ano. As informações são do Al.com .
Ela se juntaria aos outros manifestantes do grupo ativista ARC (Awakening Respect and Compassion for All Sentient Beings), segurando cartazes para expressar a sua insatisfação com a exploração de dois diferentes animais selvagens pela feira.
A feira, que abriu ao público no dia 30, está oferecendo os shows “Bengal Tiger Encounter” e “Predators Unlimited Wildlife Show”. As exibições, que acontecem duas a três vezes por dia nos dez dias de duração da feira, ilustram o tema “Mágico de Oz”.
Não é a primeira vez que animais selvagens são apresentados como atração na feira, disse Scott Tindle, diretor executivo do evento. No ano passado, ele relatou terem sido usados leões marinhos, tubarões e arraias.
“O que estamos tentando fazer”, disse ele, “é criar oportunidades para famílias conhecerem coisas às quais elas não teriam acesso de outras formas”.
Por exemplo, o “Predators Unlimited Wildlife Show”, disse Tindle, irá incluir um leão, um urso e uma coruja, todos animais resgatados que haviam sido abusados ou negligenciados. Como o “Bengal Tiger Encounter”, o “Predators Unlimited” tem uma reserva natural e um santuário no sul da Flórida e sobrevive através de fundos obtidos com os seus shows itinerantes, disse ele.
Animais domésticos também não são novidade na feira que, desde a sua criação, é palco para venda de bovinos e shows que exibem vacas, porcos, cabras, galinhas e outros animais de fazenda.
Mas quando a ativista de direitos animais Tracey Glover ouviu falar sobre as performances com animais exóticos, ela viu uma oportunidade de elevar a conscientização do público quanto a animais cativos. Ela e outros membros da ARC fizeram dois protestos no último sábado, cada um com duas horas de duração.
De acordo com o site que promove o “Bengal Tiger Encounter”, os tigres estão “ajudando a educar o público sobre a perda do habitat e a matança dos tigres por lucro na Índia e na Ásia”. Eles afirmam que os animais são amados e protegidos por treinadores amorosos”.
Glover disse que ela e os membros da ARC não veem nenhum valor educacional em assistir a tigres “saltando através de aros e ficando de pé sobre as suas patas traseiras”.
“A única maneira de se conseguir que um animal selvagem e perigoso realize performances não naturais é através do uso de técnicas violentas e dolorosas que têm a ver com intimidação e medo”, disse Glover.
Ela admite que a feira tem uma série de atrações educativas, incluindo shows de música com artistas locais e peças de teatro. O conceito de entretenimento animal, no entanto, é fora de moda e até mesmo retrógrado. “É uma prática que está sendo abandonada em todo o mundo”, lembra ela. “Nós estamos internacionalmente começando a reconhecer o quão cruel é isso. Quando nós confinamos animais, estamos fazendo algo completamente artificial e privando-os de seus comportamentos naturais”.
Segundo ela, o que fazemos com os animais selvagens hoje é algo do qual iremos nos envergonhar no futuro, e nos perguntaremos como pudemos achar isso divertido.
Enquanto isso, Glover diz esperar que a administração da feira possa captar a mensagem de que essa não é uma boa ideia.
“Nós queremos encorajar as pessoas a apoiar um entretenimento que não explore outros seres sencientes”, acrescenta ela.
Tindle promete que irá prestar atenção. “A cada ano, nós ouvimos os nossos convidados e tentamos responder às suas necessidades”, disse ele.
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