Americanos tentam importar carcaças de rinocerontes mortos na África como “troféus”
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Americanos tentam importar carcaças de rinocerontes mortos na África como “troféus”


12 de novembro de 2014 

(da Redação da ANDA)
Foto: The Dodo
Foto: The Dodo
Dois caçadores que desejam importar as carcaças de rinocerontes negros da África terão de responder ao governo americano.
O Serviço de Vida Selvagem americano (U.S. Fish and Wildlife Service – USFWS) anunciou na quinta-feira que está analisando os caçadores, entre eles, Corey Knowlton, homem que foi internacionalmente criticado em janeiro quando ofereceu 350 mil dólares por uma permissão de caça a rinocerontes negros na Namíbia em um leilão realizado pelo Dallas Safari Club. As informações são do The Dodo.
Os caçadores já asseguraram as licenças para caçar os rinocerontes, mas não poderão importar as partes dos corpos animais, que eles chamam de “troféus”, embora o USFWS ainda não tenha anunciado se os animais já foram mortos. De acordo com Jeff Flocken, diretor regional do International Fund for Animal Welfare (IFAW) na América do Norte, supostamente Knowlton ainda não matou o rinoceronte.
Outro fato relevante é que, em março, o Dallas Safari Club propôs a “doação” de  350 mil dólares para o governo da Namíbia, mas a entrega do montante estaria condicionada à permissão da importação de carcaças animais como troféus. Então, se Knowlton não puder levar o seu “troféu” para a sua casa nos Estados Unidos, a Namíbia provavelmente não receberá o dinheiro.
Documentos revelam que o outro indivíduo a pleitear a permissão é um morador de Las Vegas chamado Michael Luzich. Membro de uma organização denominada “NRA’s Ring of Freedom”, Luzich é fundador e gerente de uma empresa de investimentos em Nevada, e também fundador de uma operadora de cassino chamada Peninsula Gaming Partners LLC. Luzich negociou independetemente com o governo da Namíbia para assegurar a sua licença de participar da “caça a troféus” de rinocerontes negros. Até então, não foi divulgado se Luzich já matou o rinoceronte que fora atribuído a ele.
Atualmente, restam apenas 1.800 rinocerontes negros na Namíbia. Considerados criticamente ameaçados segundo a Lista Vermelha da IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza), a espécie se encontra em acentuado declínio. Os chifres dos rinocerontes são altamente procurados por caçadores que visam lucrar vendendo-os no mercado negro da Ásia, para uso na medicina tradicional onde lhes são atribuídas propriedades terapêuticas, que fazem parte de um folclore e nunca foram comprovadas.
Algumas pessoas utilizam o argumento descabido de que a cara “caça a troféus” aqui mencionada beneficia a espécie pois o recurso dela advindo patrocina programas de preservação e iniciativas anti-caça. E que para uma espécie ameaçada, com apenas 5 mil membros restantes na natureza, uma proteção rápida é certamente necessária. Mas Flocken afirma que a caça a espécies raras está tendo o efeito exatamente oposto. Ao matar um animal de espécie ameaçada, os caçadores estabelecem o precedente de que “possuir” o corpo desta espécie rara é desejável – especificamente por ser rara. A lógica de matar um animal para salvá-lo é no mínimo “insana”, diz ele.
“Ao caçar esses animais, nós estamos meramente elevando o valor econômico da caça”, declarou Flocken ao The Dodo. “Passamos de algo como valorizar um rinoceronte por seus chifres para valorizar um rinoceronte morto na parede”, continuou, referindo-se ao culto dos “troféus” de caça.
Flocken explicou que os americanos estão mostrando que pagarão qualquer preço para matar espécies raras, e que isso não incentiva a proteção das mesmas na natureza.
A reportagem do The Dodo procurou por Knowlton e Luzich para que eles comentassem o assunto, mas não recebeu resposta.




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