Em protesto na quarta-feira, 28 de agosto, ativistas do Greenpeace despejaram carvão em frente ao Ministério de Minas e Energia. Foto: Elza Fiúza/ABr
Um total de 19 projetos de geração elétrica foi contratado na quinta-feira, 29 de agosto, no Leilão de Geração de Energia “A-5″, realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em São Paulo. Dez são de aproveitamentos hidrelétricos, somando 618,5 MW, e nove referem-se a usinas termelétricas a biomassa, somando 647,0 MW – a energia (1.265,5 MW) irá suprir a demanda projetada de 34 concessionárias de distribuição de energia elétrica para o ano de 2018.
O fato de toda a energia contratada no leilão ter sido proveniente de fontes renováveis (projetos de usinas a carvão também concorriam) foi comemorado por grupos ambientalistas. “Ontem, o lobby dos combustíveis fósseis morreu na praia. Após protesto do Greenpeace em frente ao Ministério de Minas e Energia contra a entrada do carvão no leilão do governo, nenhuma empresa se interessou por essa fonte suja”, destacou o Greenpeace.
As 19 usinas serão instaladas nos Estados de Bahia (1), Goiás (2), Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (4), Minas Gerais (2), Paraná (1), Pernambuco (1), Piauí (1), Santa Catarina (1) e São Paulo (2), e os investimentos estão previstos na ordem de R$ 4,999 bilhões.
Em nota assinada pela coordenadora da Campanha Clima e Energia, Renata Nitta, a ONG ressaltou que a energia proveniente da biomassa que foi contratada (647 MW) tem potencial suficiente para abastecer uma cidade como Goiânia. “Isso mostra como as fontes renováveis já são uma realidade competitiva no mercado”, enfatizou o Greenpeace.
Na mesma linha, o grupo Clímax Brasil comemorou em sua fanpage: “Aha uhu o carvão não é nosso! Depois de muito barulho, nenhuma térmica a carvão foi contemplada no Leilão A-5.”
No entanto, os ativistas prometem vigilância em relação aos futuros leilões. “Em dezembro, o governo vai promover um novo leilão de energia que incluirá o carvão. Com sua ajuda, continuaremos de olho para impedir que sujem nossa matriz energética com fontes do passado”, projetou o Greenpeace. “Agora o negócio é continuar de olho”, observou a Clímax Brasil.
* Publicado originalmente no site EcoD. (EcoD)
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