O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Somente no ano passado, foram vendidas 725,6 mil toneladas dessas substâncias no país, movimentando US$ 6,62 bilhões, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). Em 1987, o consumo não ultrapassava as 100 mil toneladas, como mostrava reportagem da revista Tema (edição 9) que era editada pelo RADIS.
Considerado o motor do agronegócio brasileiro, o agrotóxico impacta os ecossistemas e a saúde da população, concordam pesquisadores da Saúde — que se envolvem cada vez mais com esta e outras questões do meio ambiente.O relatório da 8ª Conferência Nacional de Saúde já previa a interseção:
“A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde”. Noção que foi contemplada na Constituição Federal de 1988.
A medida mais recente no processo de fortalecimento dessa relação foi a assinatura de termo de cooperação técnico-científico entre Fiocruz e Ministério do Meio Ambiente, no fim de março.
“Entre outros pontos, o acordo estabelece como prioridade defesa da política de reavaliação dos princípios ativos de agrotóxicos no país”, informa Valcler Rangel Fernandes, vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz.
“A questão entrou definitivamente na agenda da Saúde Pública brasileira”, diz.
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