Toras de madeira retiradas ilegalmente no oeste do Pará circulam para serem vendidas nos mercados, tornando o desmatamento uma prática lucrativa. Foto: Daniel Beltrá / Greenpeace
Em pleno século XXI, o homem insiste em enxergar a floresta amazônica como um enorme amontoado de madeira, facilmente revertida em cifrão no mercado negro do desmatamento ilegal. Na última quarta-feira foi divulgada uma ação do Ibama que mostra como essa ainda é a realidade mais frequente na região.
A poucos quilômetros de Santarém, uma das cidades mais importantes do Pará, foram apreendidos mais de oito mil metros cúbicos de madeira ilegal, o que corresponde a 320 caminhões cheios de toras. A ação fez parte da Operação Onda Verde, iniciada em fevereiro no estado para atuar em regiões líderes nos índices de desmatamento ilegal na Amazônia Legal, como Uruará, Anapu e Novo Progresso, no oeste do estado.
Ao longo dos rios Curuatinga e Curuá-Una também foram localizados e desmontados dezenas de acampamentos de madeireiros no interior da floresta. Quatro motosserras e dois geradores foram apreendidos, e cinco portos clandestinos de embarque de toras foram desativados. Enquanto a operação apreendia as toras de madeira, balsas que utilizadas normalmente para carregar esse tipo de produto voltavam vazias de Belém.
Segundo o órgão, esta é a segunda vez em pouco mais de três meses que o Ibama interrompe atividade madeireira irregular na região. Em novembro de 2012 foram apreendidas 915 toras, dois tratores e um caminhão.
Vale lembrar que a área fica próxima da Reserva Extrativista Renascer, onde há registros de ilegalidades e ação de madeireiros desde antes do decreto de criação da Resex, em junho de 2009. De acordo com um dos analistas ambientais que participou da ação, Tiago Jara, não existem planos de manejo aprovados na região do rio Curuatinga, o que significa que qualquer madeira saída de lá é fruto de crime ambiental.
Ajude a mudar esse cenário de devastação. Todo o desmatamento deve acabar. Proteja nossas florestas e assine pela lei do Desmatamento Zero.
* Publicado originalmente no site Greenpeace.
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