Pouca gente sabe, mas é possível produzir energia em casa e vendê-la para a companhia elétrica. No ano passado, entrou em vigor uma resolução da Aneel que obriga as concessionárias a fornecerem a chamada geração distribuída, o que transforma toda casa em um potencial fornecedor, ou microgerador, como se diz no jargão do setor. Nesta semana, o Portal da Câmara vai trazer reportagens sobre alternativas de uso de energia elétrica na capital paulista. Mostraremos como a cidade de São Paulo pode alterar o panorama atual, ficar mais iluminada e ainda economizar. Apresentaremos alternativas ao consumidor e, dentro da temática, realçaremos ainda como a Câmara Municipal já se preocupa há tempos com o assunto.
Hoje é possível instalar um painel fotovoltaico em casa e integrá-lo ao sistema de distribuição – abatendo da conta a energia que você produz. Se o cliente produzir mais do que consumiu, ele pode abater o valor da próxima conta, ou da conta de outra instalação, se preferir. Mas pouca gente sabe da informação, e uma parcela muito pequena da população faz uso do econômico sistema.
A geração distribuída pode ser solicitada por clientes de baixa, média e alta tensão que gerem energia limpa (hidráulica, solar, eólica ou biomassa) em suas instalações. Segundo a AES Eletropaulo, desde a entrada em vigor da resolução, apenas dois grandes clientes solicitaram a conexão com a rede de distribuição.
O primeiro a fazer isso, em julho de 2013, foi o escritório do Greenpeace na região do Butantã. Além de diminuir a conta de luz, a ação teve o intuito de divulgar a microgeração, que é uma das bandeiras da organização. Segundo a ONG, até dezembro do ano passado apenas 131 sistemas de microgeração haviam sido conectados às distribuidoras – 22 no Estado de São Paulo.
Veja como funciona:
(Divulgação: construirseular.com)
Preço alto emperra novos projetos
Um dos grandes obstáculos para a popularização da microgeração é o alto investimento inicial. O preço de painel solar de 250 watts (potência suficiente para alimentar um computador), por exemplo, é de cerca de R$ 1,5 mil. Mas o consumidor também precisa arcar com os custos da conexão com a rede, que é feita por sua conta. Além do painel, é preciso comprar um inversor de frequência (valor: pelo menos R$ 500), além de pagar pela instalação, que precisa ser feita por um profissional.
Outro problema é a burocracia. Apesar de possuir os painéis desde 2007, o Greenpeace precisou de 141 dias para completar os trâmites necessários para se conectar com a rede da AES Eletropaulo. É preciso entregar um diagrama e um memorial descritivo das instalações, além de passar por uma série de inspeções e testes. O procedimento completo pode ser consultado no site da distribuidora.
Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo.