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COP21 reconhece o poder da natureza para enfrentar mudanças climáticas



COP 21

Importância das florestas para mitigar as mudanças climáticas é incluída no texto final. Acordo deixa espaço para o compromisso de manter o aquecimento atual em 1,5ºC.
O novo Acordo Global do Clima firmado no último sábado, dia 12, na COP21, em Paris, servirá de base para que todas as nações controlem o aumento da temperatura global em, no máximo, 2oC, com a possibilidade de limitá-lo a 1,5o C. Embora ainda reste muito trabalho pela frente, o acordo representa a única e mais importante ação coletiva já tomada com o objetivo de enfrentar e prevenir os impactos causados pela a mudança climática. É o que acredita a Conservação Internacional, organização ambiental com projetos no Brasil e em mais de 30 países.
Segundo Rodrigo Medeiros, vice-presidente da Conservação Internacional no Brasil, embora o novo acordo firmado ainda não seja perfeito, ele supera o ceticismo e a incredulidade que pairava sobre Paris no início da COP21. “Todos os países que aderiram estão agora oficialmente convidados a assinar um novo texto a partir de 22 de abril de 2016, em cerimônia que deve ser realizada na sede das Nações Unidas, em Nova York. O Brasil, cuja contribuição na redução das emissões foi bem recebida internacionalmente, agora tem a grande oportunidade de se beneficiar com as medidas, principalmente, com a implementação de projetos de REDD+ e com o desenvolvimento e transferências de tecnologias.”
Para a CI-Brasil, os pontos mais importantes do acordo incluem:
· O novo acordo reconhece explicitamente que o REDD + (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) é parte fundamental da solução para a mudança climática. As florestas tropicais por si só representam, pelo menos, 30% da solução para limitar as emissões.
· Os países reconheceram a fundamental importância da natureza para assegurar o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, consagrando definitivamente o papel dela no duplo desafio de adaptação e mitigação. Isso irá incentivar os países a manter ecossistemas saudáveis ??devido à preocupação com a questão climática.
· O novo acordo define uma meta global para aumentar a resistência e melhorar a capacidade de adaptação às mudanças climáticas. Ele auxiliará na cooperação e troca de conhecimento entre os países, facilitando o planejamento do futuro a fim de apoiar o desenvolvimento da resistência ao clima, especialmente pelo reconhecimento da importância dos ecossistemas e dos sistemas ecológicos.
Compromissos assumidos
Durante os primeiros dias de negociações, Alemanha, Noruega e Reino Unido anunciaram um compromisso para fornecer até US$ 5 bilhões para reduzir o desmatamento das florestas até 2020.
Duas importantes características desse acordo são o compromisso de todos os países em reduzir as emissões e que estas promessas serão revistas e melhoradas em um ciclo de cinco anos. O acordo deixa uma série de detalhes a serem trabalhados até 2020, mas há claros sinais de que a natureza, incluindo a proteção e restauração das florestas, será parte da solução para muitos países na questão climática.
O novo acordo inclui também uma meta global sobre a adaptação, indicando que, agora, os países concordam que a adaptação aos impactos climáticos é tão importante quanto a desaleração das emissões. Para países como o Kiribati e outras nações insulares, a adaptação não é apenas uma questão de criação de resistência, mas de sobrevivência. Para eles, o acordo precisa garantir ações concretas não só a longo prazo, mas também imediatas.
Os países desenvolvidos concordaram em continuar a prestar apoio financeiro para ações climáticas nos países em desenvolvimento. A fim de cumprir os objetivos deste acordo histórico, um próximo passo importante é a construção de estruturas políticas e a criação de incentivos a um maior investimento no combate às alterações climáticas.
Muitos países também indicaram que pretendem cumprir, pelo menos, parte de seus compromissos nacionais para reduzir as emissões através da cooperação com outros territórios através do investimento em atividades de mitigação no exterior. O acordo apoia plenamente essas transferências, que podem ajudar a limitar mais rapidamente os efeitos do aquecimento global e a estabelecer regras básicas para garantir que elas sejam realizadas de forma aberta e justa.
Colaboração de Paula Reiter, CI, in EcoDebate, 17/12/2015




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